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Lesão ligamentar do tornozelo





Como ocorre ?

O entorse de tornozelo é uma lesão extremamente comum na prática esportiva e ocorre, principalmente em esportes envolvidos em giro, corte, drible e desaceleração brusca, como, por exemplo, o futebol, vôlei, basquete, tênis e algumas lutas. O mecanismo ocorre com o pé preso ao solo, tornozelo em flexão, extensão e o corpo girando para a direita, ou esquerda. A lesão pode resultar tanto em fraturas acometendo, principalmente a Fíbula e a base do 5.o metatarso, lesões ligamentares e de tendões. A estrutura envolvida e o grau da lesão dependerão, obviamente, da posição do pé e tornozelo e a energia cinética envolvida.

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Tratamento na fase inicial

Ocorrido o entorse, seguem-se os sinais cardinais da reação inflamatória:

dor,inchaço e perda da capacidade de suporte de peso. Por este motivo, independente da severidade do entorse, deve proteger, elevar o tornozelo e realizar gelo.Orientase
20 minutos, sem contato direto com a pele. Uso de bolsas cryocuff é recomendável. Imobilização com órteses tipo robofoot facilitam a higiene. Em todos os casos, o uso de um par de muletas e a retirada total do peso no membro afetado é imprescindível.

O diganóstico

Suspeita-se da lesão ligamentar do tornozelo e de sua gravidade pelo quadro clinico. Em geral, grandes inchaços, hematomas extensos e incapacidade fazem pensar não só em rupturas ligamentares graves, mas também em lesões associadas, como a luxação (deslocamento) de tendões, lesão cartilaginosa e ruptura da cápsula (membrana) articular. O exame considerado gold standart para avaliar a lesão é a Ressonância Nuclear Magnética. Sendo bem feita, mostra o ligamento lesado e o grau de ruptura.
Em geral, o ligamento denominado talofibular anterior é o mais acometido.

Em ordem de frequencia, segue-se o calcaneofibular e o talofibular posterior. O grau de ruptura é também importante ser avaliado. Denomina-se grau I quando ocorre lesão apenas na matriz celular, com perda e desorganizaçãodas fibras colágenas. O grau II é caracterizado por ruptura parcial. As fibras alongam-se, mas não se rompem. No grau
III, ocorre ruptura de todo o ligamento e, geralmente, há lesão de outras estruturas, pois é causada por entorses de alta energia cinética.

Na parte interna do tornozelo, o ligamento denominado deltóide é o mais acometido.

Esta estrutura possui duas porções: uma mais superficial e outra mais profunda. Esta última, quando acometida, evolui com instabilidade.
Casos crônicos, em geral na população feminina, cursando com dor, entorses de repetição e falta de confiança no tornozelo durante a deambulação, corrida, subida de escadas, de maneira geral, possuem desequilíbrio muscular entre a musculatura inversora, eversora, flexores e extensores do tornozelo. Quando possível, estes casos necessitam de avaliação isocinética.

O prognóstico

Independente do grau da lesão ligamentar, invariavelmente há enfraquecimento da musculatura do tornozelo, em especial dos extensores e eversores, responsáveis pela extensão e rotação lateral do tornozelo, movimento denominado pronação. Havendo perda de força muscular, haverá também desequilíbrio, predispondo o indivíduo a novos entorses.

Embora os ligamentos do tornozelo tenham excelente potencial de cicatrização, a persistência da dor é um fator limitante, em especial em mulheres habituadas a usar salto alto. É comum haver crises intermitentes de dor, muitas vezes obrigando o indivíduo a restringir atividades da vida diária.

Um outro problema comum nos entorses é a perda do tato profundo, com comprometimento da coordenação motora, também chamada propriocepção. Em outras palavras, existe dificuldade dos receptores tendíneos e capsulares informarem o centro de coordenação motora do sistema nervoso central. Isto pode não afetar atividades da vida diárias,
mas para esportes de drible, giro e desaceleração, poderá haver comprometimento da performance, com perda da confiança do atleta em seu tornozelo e com a possibilidade de novos entorses.

O tratamento

Felizmente, a grande maioria das lesões ligamentares, se corretamente diagnosticadas e tratadas evolui bem. A regra é tratar a dor e a inflamação, em seguida restabelecer propriocepção, força e equilíbrios musculares e, por fim, realizar treino de pliometria (explosão muscular), que pode ser feito por treinadores experientes com amplo conhecimento da lesão.

Esta última fase é de crucial importância para quem pratica atividades de mudança brusca de direção como a capoeira, futebol, vôlei, basquete,entre outros. Casos crônicos, de maneira geral, beneficiam-se com o fortalecimento isocinético.
Indicações cirúrgicas são raras. Em longo prazo, observou-se que as pessoas submetidas à reconstrução ligamentar e as tratadas sem cirurgia tiveram a mesma evolução. As exceções se fazem nos seguintes casos:

a) Atletas de alto desempenho, devido à necessidade da rápida reabilitação e retorno ao esporte.
b) Casos de dores crônicas, com dificuldade de realização de atividades da vida diária.
c) Falha após tratamento fisioterápico correto.
d) Lesão da porção profunda do ligamento Deltóide
e) Lesões de outras estruturas após entorse, incluindo fraturas, lesão cartilaginosa do tornozelo, rupturas e luxações
tendíneas.
Espero que você tenha gostado do texto.

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